O JT é veículo importante para a pedagogia cidadã e tem contribuído com o debate sobre o futuro da cidade A escolha do tema da reportagem de 23/10/06, oferece oportunidade para reflexão sobre uma região especial para a cidade, PARELHEIROS. Os termos “forasteiros” e “gringos” me parecem de infeliz escolha, pois trazem uma carga de preconceito ou são pejorativas. Olha! Utilizei o tempo do trajeto de Pinheiros a Parelheiros para esboçar estas considerações que coloquem nossa região dos mananciais do extremo da cidade.
Em primeiro lugar destaco que é positivo abordar a questão da gestão local, contudo, a origem de moradia do gestor não explica e nem ajuda a entender os grandes desafios da nossa megalópole. Quantos paulistanos trabalham e vivem no mesmo bairro? Quantos trabalham a menos de 5 Km da sua residência? No caso de Parelheiros, além de mais de 80 % trabalharem fora das suas fronteiras, 2/3 são “forasteiros”, pois em 1961 o censo apontou a existência de 61 mil moradores e hoje se estima 180 a 200 mil e a taxa de crescimento da cidade é menos de 1.4% ao ano. Portanto, seu Subprefeito não é um estranho no ninho.
Por outro lado, no campo político, tem se repetido com freqüência a afirmação falaciosa e simplista de “gente da terra”, como se isto fosse sinônimo de mais compromisso, eficiência e conhecimento. Pode ser o contrário, símbolo da defesa de oligarquias locais, manutenção de voto de cabresto, fortalecimento de currais e monopólios de poder representativos de interesses obscuros sustentados na ignorância.
Os problemas e demandas locais estão razoavelmente diagnosticados, contribuem para isto as demandas constantes levadas às Subprefeituras de dezenas de Associações de Bairros, reuniões do CONSEG, Conselhos Gestores da Saúde, Conselhos e APM das Escolas, Vereadores e militantes de partidos, Conselheiros Tutelares, etc O gestor processa estas demandas e atende segundo prioridades comunitárias e recursos disponíveis. Estes sim um grande problema da gestão descentralizada.
No caso de Parelheiros, o principal problema: a ocupação irregular e uso inadequado do solo destinado a produzir água para a cidade. A solução desta questão não esta ao alcance unicamente do Subprefeito. O projeto regional de Parelheiros e do futuro do abastecimento de água para a cidade passa por esta agenda. E neste campo que envolve diretamente a possibilidade de inclusão com qualidade de vida dos moradores, desde que com a taxa de crescimento razoável. Neste campo estou disponível para cotejar propostas, ações e projetos com qualquer cidadão. Quero recordar também, que a Subprefeitura de Parelheiros assinou um acordo de Subprefeituras irmãs com Pinheiros, o qual tem propiciado um mútuo conhecimento entre as regiões da metrópole.
São Paulo, 24 de outubro de 2006
Walter Tesch
O Subprefeito forasteiro