28 agosto 2007




Resgatando o fator comunidade nos 178 anos
Penso que as lideranças têm consciência do quadro anual do país e do mundo em termos de trabalhos e conduções de vida. Parelheiros têm uma população estimativa de 200 mil habitantes e um mercado de trabalho formal que não ultrapassa provavelmente 7 mil (o censo de 2000 mostrava menos de 6 mil pessoas com carteira assinada). A distância de quase 1h30 dos centros empregadores coloca um desafio para a região. Se considerarmos que no ano 2000 tínhamos 7.100 pessoas matriculadas nos equipamentos de educação, sob o controle da Prefeitura, e em 2004 eram 14.200, me vem o questionamento sobre o mercado de trabalho para estes jovens nos próximos anos. É por esta razão que chamo a atenção para a redescoberta e o desenvolvimento do “fator comunidade” e da reflexão sobre o “capital social” da região.
O “fator comunidade” é um diferencial para qualificar uma comunidade comparativamente a outras. A diferença do “fator econômico e financeiro” ou do “técnico”, é que o “fator comunidade” é a energia social que emerge e renasce da comunidade e que mostra os modos de fazer acontecer. Também de maneira parecida, mas não igual, é utilizado o termo “capital social” para comparações. Numa comunidade, o povo que habita um território possui maior ou menor “capital social” olhando-se pelo prisma do nível de educação geral e especializada, supondo que esta educação tenha a capacidade daquela comunidade de organizar, produzir e consumir. Certamente a avaliação do tema do “capital social” pode estar associado com o fato de uma empresa desejar fazer um investimento na região e querer encontrar recursos formados que não exija mais gastos para sua formação, ou seja, além do capital financeiro, de infra-estrutura e de trabalho, um investimento exige pensar no “capital social”. Uma comunidade organizada e com nível de formação tem um “fator comunidade” maior e capacidade de sobrevivência num ambiente hostil de qualidade.
Como temos afirmado em várias oportunidades, para superar as características de baixa coesão e fragilidade do tecido social, Parelheiros precisa consolidar sua identidade no cenário metropolitano. É necessário uma presença ativa das Igrejas, Associações e dos setores de interesse organizados em grande esforço de cooperação e na reconstrução do espírito comunitário. A festa de aniversário dos 178 anos, que foi organizada por uma comissão mista com participação voluntária da comunidade, do comércio e das empresas da região foi um exemplo de colaboração. As pessoas em cooperação se desenvolvem e se enriquecem umas as outras. Esta atitude de participação na comunidade está baseada em um princípio muito utilizado nas relações entre interesses e grupos, que é o princípio do ganha/ganha. A mobilização para a festa, com o desfile cívico, grupos culturais, exposições de artesãos e memória cultural, com a presença de um público, calculado em 20 mil pessoas no três dias, demonstrou que o “fator comunidade” pode construir outro futuro para Parelheiros.
Walter Tesch
" Artigo escrito por Walter Tesch Subprefeito de Parelheiros em junho de 2005 , esse e outros artigos de relevante conteúdo sobre este assuntos e coorelatos podem ser encontrado no blog pessoal dele." http://parelheirosdeaaz.blogspot.com/

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