05 novembro 2007

Cemitério alemão, em Parelheiros, é o mais antigo da cidade

Plantão Publicada em 02/11/2007 às 08h12m
Wagner Gomes, O Globo Online


SÃO PAULO - O cemitério mais antigo de São Paulo foi fundado por alemães num terreno cedido por Dom Pedro I e fica no extremo da zona sul, no bairro de Parelheiros. Embora muita gente ache que o Cemitério da Consolação seja o primeiro da cidade, a história mostra que o cemitério Colônia surgiu antes. Ele tem 178 anos, trinta a mais do que o da Consolação. O terreno foi doado por Dom Pedro I a um grupo de 200 imigrantes, a maioria alemã, que chegaram à Província de São Paulo em 1827 para tentar estabelecer uma colônia agrícola.
Como o grupo era dividido entre católicos e protestantes, o cemitério, que integrava um pequeno núcleo formado por casas de taipa ou madeira e uma igreja bem simples, também foi separado. O cemitério não é grande, mas por falta de recursos e apoio do governo para a manutenção acabou sendo fechado durante a Segunda Guerra Mundial. A desativação total ocorreu em 1996. A reabertura só ocorreu em 18 de novembro de 2000, depois que entidades e associações alemãs se empenharam em recuperar o cemitério.
Franz Schmidt, vice-presidente da Associação dos Cemitérios Protestantes, que administra atualmente o cemitério, diz que ninguém sabe o número de mortos enterrados antes do fechamento. De 2000 até agora, 90 pessoas foram sepultadas. Diferentemente do cemitério da Consolação, que conseguiu preservar obras de Victor Brecheret e Luigi Brizolara, o Colônia teve muitas de suas obras roubadas no passar dos anos. Ainda hoje, as sepulturas conservam o padrão de construção do século XIX, com lápides de mármore e cabeceiras altas, mas algumas cruzes de metal fundido já não existem mais.
- Mesmo fechado, um homem, também descendente de alemão, cuidou do cemitério. Ficou anos por lá cuidando das lápides até que morreu e ganhou uma sepultura especial - lembra Schmidt.
Em meados dos anos 1970, o cemitério foi protegido por legislação de zoneamento e em 2004 foi incluído como Zona Especial de Preservação Cultural (ZEPEC) no plano regional das subprefeituras. Agora, a parte mais elevada do cemitério passou a ser usada para novos sepultamentos. Apesar de ter origem alemã, o cemitério fica em uma rua com nome oriental: Sachio Nakau, 28. Parelheiros tem um outro cemitério municipal, construído em 1905. Até agosto deste ano, foram 5.997 sepultamentos. Cemitério alemão, em Parelheiros, é o mais antigo da cidade

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