17 outubro 2007


A CRATERA DE COLÔNIA DEVE APRENDER COM NÖRDLINGEN

Walter Tesch

Depois da I Conferência Científica da Cratera de Colônia, a gestão de Parelheiros buscando colocar este monumento histórico na agenda científica e da cidade de São Paulo, deu vários passos, porém muitos outros serão necessários ser dados para firmar a Cratera e a região de Parelheiros no cenário cientifico cultural e econômico. Por esta razão, após uma missão técnica de estudos das políticas públicas municipais na Alemanha com o apoio da Fundação Konrad Adnauer, fiz, dentro deste contexto, uma visita a Nördlingen, uma perola urbana medieval onde está situada a Cratera de Ries. Seria impossível concretizar uma agenda oficial e com interprete, sem o apoio do Município de Nördlingen e do consulado alemão em São Paulo. Muitos brasileiros, especialmente em Parelheiros, tem idéias sobre as Crateras, pois recentemente a televisão brasileira (SBT) mostrou um programa especial retratando amplamente o tema, inclusive com ampla visão de Nördlingen..

Em Nördlingen tive uma aula monitorada especialmente pelo Dr. Michael Schieber diretor do Museu da Cratera e do Parque Geológico onde é guardado o acervo das pesquisas e perfurações realizadas em anos na Cratera de Ries. Isto permitiu apreciar como os alemães tratam o seu acervo histórico e o patrimônio geológico cultural da sua Cratera, fazendo da mesma, além de uma pedagogia, um eixo da economia local e da identidade regional. Sobre a Cratera de Ries muitas teorias foram exploradas, desde a vulcânica por Von Cafpers já em 1792, até a hipótese de glaciários, porém a partir de 1960, dois cientistas americanos Shomaker & E.C.T. CHAO fundamentaram a origem meteoritica de Ries

Para se ter uma idéia das dimensões envolvidas no “sistema de crateras”, é significativo uma aproximação do investimento anual dos alemães só no funcionamento e manutenção do “Sistema do Museu da Cratera de Ries”. Ali trabalham diretamente sete funcionários, e o orçamento é de cerca de 50 milhões de reais. O Museu cobra entrada e certamente é parte estratégica dos produtos da cidade que tem no turismo uma base econômica. O tema dos meteóricos e Crateras de meteoritos constitui um sistema que articula uma rede de cientistas e pesquisadores de diversas universidades no mundo movimentando uma economia de maior significância. Em Munique acontece uma feira de minerais onde existe uma Bolsa de Meteoritos. A tecnologia de perfurações, métodos de análises e laboratórios especializados administram significativos orçamentos e recursos humanos especializados, com intenso intercâmbio. Mostra de pedra das missões à Lua, emprestadas pela NASA, estão expostos no Museu de Ries A maior perfuração científica realizada na fronteira Checa, com vários quilômetros, custou 250 milhões de euros. A maior perfuração realizada em Ries foi de 1.200 metros, todo o material coletado se encontra armazenado e sendo objeto de estudos. Na Cratera de Colônia, dos 500 metros de resíduos, foi feita apenas uma perfuração técnica de 10 metros, parte dos resultados expostos pelo professor Ricomini da USP.

Um aspecto importante é colocar a Cratera de Colônia na agenda científica internacional. Para isto é necessário que entre no registro mundial de Crateras, pois até que se prove contrário nossa Cratera esta fora da lista. Para que isto aconteça, o contato com as autoridades científicas de Nördlingen foi produtivo, o prefeito indicou a direção do Museu para orientar sobre os procedimentos para este registro, assim como, ampliar as informações sobre o tema das Crateras.

Para que a Cratera de Colônia se transforme em um sistema articulando as várias atividades cientificas, culturais e econômicas temos que formular um plano estratégico de desenvolvimento que sensibilize a maior quantidade possível de pessoas. As diretrizes da I Conferência já estabeleceram uma linha. Temos como resultado a concretização o Planetário junto ao CEU, em breve teremos um espaço para iniciar um pré-Museu. As autoridades de Nördlingen ficaram disponíveis para recepcionar alguns jovens que poderão contribuir com ações e gestão do futuro da Cratera de Colônia.

Nota: Agradeço a recepção e apoio do Prefeito Herman Faul, o Diretor do Museu Dr. Michael Schieber e a Sra. Jaqueline Hohmnn, pernambucana radicada em Nördling, que viabilizou nossa comunicação. Nördlingen, 9 de outubro de 2007.

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